segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As interrogações e os viveres


Eu preciso de explicações. Exatamente igual a uma criança de três anos eu preciso saber de todos os por quês. Não consigo deixar que as coisas apenas aconteçam. Afinal sempre há um motivo para que elas estejam acontecendo, sejam elas boas ou nem tão agradáveis assim. Na maior parte do tempo isso facilita muito a vida. No entanto, no restante do tempo essa necessidade me atormenta imensamente.
É assim mesmo, eu sempre preciso de justificativas. E precisam ser boas justificativas, pois até o momento em que elas não me convençam eu não sossego.
Essa minha particularidade chamo de praticidade. Assim como em um texto jornalístico, mais comumente em leads, é preciso que na minha vida os acontecimentos, as ações e os viveres tenham respostas para seis perguntinhas básicas. São elas: "O quê?", "Quem?", "Quando?", "Onde?", "Como?", e "Por quê?"
Essa ínfima necessidade nas atividades do dia a dia garante agilidade, resultados eficazes, menos estresse, evita retrabalho e principalmente confusões. E é claro, como uma aquariana nata – fria e calculista, como a maioria das pessoas gosta de nos caracterizar- para os relacionamentos a fórmula é mesma. Assim que preenchidas essas seis lacunas o convívio com as pessoas fica muito mais verdadeiro e com sentimentos recíprocos. E por falar em sentimento, quando o assunto é este, a regra também é totalmente aplicável. Sempre há respostas para todas essas questões. Entretanto, neste quesito somos todos sempre muito imaturos. Não tenho certeza se somos ou se é apenas uma imaturidade conveniente para ser feliz e até mesmo para sofrer. Sim, as respostas sempre estão ali, bem ao nosso alcance, mas insistimos em ignorá-las. Não queremos ser racionais nestas situações. Simplesmente porque queremos muito que as respostas sejam diferentes. Mas raramente serão. Então é só uma questão de tempo para se convencer de que aquelas são mesmo as respostas. É, a vida simples assim com todas as respostas sempre ao nosso alcance. Mas as queremos tão diferentes porque apesar de serem as respostas certas e válidas, para determinadas situações, estão tão erradas.



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